O papel da inteligência artificial generativa no ensino médio: Realidades e desafios

Resumo

O papel da Inteligência Artificial Generativa (IAG) na educação contemporânea promete transformações relevantes, mas também suscita profundas tensões, especialmente em contextos com limitações estruturais. Esta pesquisa qualitativa explora as percepções e experiências de docentes, pessoal administrativo e estudantes de duas escolas públicas de ensino secundário da Região Metropolitana de Guadalajara (México) relativamente ao uso da Inteligência Artificial (IA) e da IAG. O estudo teve como objetivo analisar as barreiras e facilitadores para a sua integração eficaz, bem como as suas implicações para a prática pedagógica e a equidade educacional. Utilizando uma abordagem descritiva, que incluiu revisão de literatura, um diário de campo e formulários online aplicados aos três grupos focais de atores educacionais, os dados foram analisados qualitativamente para identificar temas emergentes. Os resultados revelam uma adoção heterogênea e frequentemente superficial da IA. Enquanto alguns docentes começam a explorar os seus usos para otimizar tarefas como o planejamento, uma parte considerável manifesta reticências ou desconhecimento, e o pessoal administrativo demonstra preferência por métodos tradicionais. Crucialmente, os e as estudantes reportam severas limitações no acesso a tecnologia funcional e à internet nas escolas, uma escassa promoção da IAG por parte do corpo docente e persistentes barreiras socioeconômicas. Menciona-se que a integração eficaz da IA/IAG é dificultada por barreiras estruturais entre as promessas tecnológicas e as realidades contextuais. As deficiências infraestruturais, a necessidade de uma formação docente crítica e as desigualdades socioeconômicas são determinantes, sugerindo que, sem uma abordagem sistêmica e uma literacia crítica em IAG, a tecnologia poderá exacerbar as desigualdades existentes.