A felicidade social como base para a elaboração de políticas públicas: uma revisão sistemática

Resumo

Este estudo analisa a literatura sobre a felicidade social como fundamento para o desenho de políticas públicas. A revisão sistemática iniciou-se com uma busca na base de dados Scopus utilizando critérios booleanos, cobrindo o período de 2013 a 2023. Dos 943 artigos resultantes, 49 foram selecionados após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, com uso do software RAYYAN para gerenciamento e extração de dados e do modelo PRISMA para assegurar a replicabilidade do estudo. Os achados descritivos indicam que a maioria das publicações provém da América Latina, com um crescimento contínuo na produção científica ao longo dos anos, sendo 2021 o ano mais produtivo em publicações sobre o tema. O estudo identifica discussões sobre a viabilidade de implementar a felicidade como fundamento no desenho de políticas públicas, a importância da avaliação de impacto e métodos experimentais. O documento categoriza as variáveis macroeconômicas, institucionais e governamentais, sociodemográficas, psicológicas, e ambientais e de sustentabilidade que se inter-relacionam com a felicidade, incluindo fatores como renda, estabilidade econômica, distribuição de riqueza, intervenção do Estado, entre outros relevantes. A literatura evidencia lacunas, como a ausência de uma definição universal de felicidade social e a falta de estudos longitudinais e experimentais. Recomenda-se uma abordagem multidimensional, a consideração do contexto cultural e socioeconômico, o uso de metodologias experimentais, a participação dos cidadãos e a incorporação da felicidade na agenda política. As considerações finais ressaltam o potencial transformador de incorporar o bem-estar subjetivo na agenda governamental e os desafios associados, como a resistência à mudança e a falta de consenso sobre como definir e medir a felicidade social.